No Diabetes mellitus descontrolado, os níveis de glicose no sangue se elevam e permanecem altos por um longo período de tempo. A glicose em altas concentrações causa lesão em diversos tecidos do corpo, especialmente na camada interna dos vasos sanguíneos (endotélio).
Os vasos mais afetados são os de menor calibre, localizados nas mãos, pés, rins e nos olhos. A retinopatia diabética é uma das complicações do diabetes não tratado e pode levar à cegueira.
Vamos entender como ela acontece?
Estágio inicial: retinopatia não proliferativa
A lesão da parede dos finos vasos da retina, causada pela hiperglicemia, torna a sua parede permeável e permite a passagem de fluidos para o tecido em volta. Formam-se depósitos amarelos na retina, chamados exsudatos duros.
Na parede enfraquecida formam-se pequenas expansões chamadas microaneurismas. Alguns se rompem e deixam passar um pouco de sangue, formando hemorragias retinianas.
Se o sangramento for maior, ele pode se espalhar no interior do olho e causar a perda completa da visão. A hemorragia pode ser absorvida sem deixar sequelas, mas é comum que ocorra novamente no mesmo olho.
Os vasos doentes já não levam sangue de forma eficiente até os tecidos, que entram em sofrimento e morrem. Quando isso ocorre com as fibras nervosas, formam-se pequenas manchas brancas chamadas exsudatos algodonosos.
A causa mais comum de baixa de visão nessa fase da retinopatia diabética é o edema da mácula, região central responsável pela visão de detalhes. Se persistir por muito tempo, o inchaço pode se tornar crônico e definitivo.
Estágio final: retinopatia proliferativa
Quando o sangue não chega até os tecidos com os nutrientes e o oxigênio necessários, as células entram em sofrimento. Na tentativa de melhorar a circulação, o próprio organismo produz fatores que estimulam o crescimento de novos vasos sanguíneos na região.
Porém, os vasos formados nesse processo não são normais e não funcionam de forma adequada. Eles são frágeis e se rompem facilmente, causando hemorragias.
Além disso, eles crescem desordenadamente e causam tração na retina. Nas fases avançadas da retinopatia diabética proliferativa ocorre o descolamento tracional da retina.
Como impedir a progressão da retinopatia diabética?
Controle rigoroso do diabetes
A principal medida para evitar a retinopatia diabética ou prevenir a sua progressão é o controle da glicemia. O uso regular da medicação (hipoglicemiantes orais ou insulina), bons hábitos alimentares e exercícios regulares precisam garantir níveis adequados e estáveis de glicose no sangue.
Controle da pressão arterial
A hipertensão arterial é frequentemente associada ao diabetes e pode aumentar o risco de complicações, incluindo a retinopatia. Pacientes diabéticos devem controlar rigorosamente a sua pressão arterial.
Interromper o tabagismo
A lesão dos vasos da retina é agravada pelos efeitos do cigarro e suas substâncias tóxicas. Nos fumantes, a retinopatia diabética é mais grave e as chances de complicações são maiores.
Consultas periódicas com um oftalmologista
Pacientes diabéticos devem visitar seu oftalmologista periodicamente. Muitas vezes as alterações no fundo do olho podem ser observadas antes mesmo que os sintomas apareçam. O diagnóstico precoce aumenta as chances de um tratamento eficiente.
A frequência das visitas ao especialista varia de acordo com a gravidade do diabetes e da retinopatia.
Tratamentos específicos
Nos pacientes portadores de retinopatia, é primordial detectar rapidamente as alterações e tratá-las.
A fotocoagulação à laser é o procedimento mais realizado na retinopatia diabética, para tratar microaneurismas, vasos anômalos, áreas de edema e isquemia (falta de oxigênio).
A injeção intravítrea de anti angiogênicos é utilizada para controlar a proliferação dos vasos anômalos e para tratar o edema macular.
A cirurgia de vitrectomia pode ser necessária para tratar uma hemorragia vítrea ou descolamento de retina.
Se você tem diabetes, invista em cultivar os pilares da saúde para prevenir complicações e manter a sua visão sempre perfeita!